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Curso Memórias_Aula 1_Conteúdo

Questão de Gênero

O GÊNERO MEMÓRIA
Ana Lima*

Etimologicamente, ‘recordar’ vem de re + cordis (coração),significando, literalmente, “trazer de novo ao coração algo que,devido à ação do tempo, tenha ficado esquecido em algum lugar da memória”. Podemos dizer que, em linhas gerais, é exatamente essa a função de um texto do gênero Memórias.

Um texto de memórias objetiva resgatar um passado, a partir das lembranças de pessoas que, de fato, viveram esse passado. Ele representa o resultado de um encontro, no qual as experiências de uma geração anterior são evocadas e repassadas para uma outra, dando assim continuidade ao fio da História, que é de ambas; porque a história de cada indivíduo traz em si a memória do grupo social ao qual pertence.É esse resgate das lembranças de pessoas mais velhas passadas continuamente às gerações mais novas, por meio de palavras e gestos, que liga os moradores de um lugar. O fato de
entender que a história de alguém mais velho é nossa própria história desperta um sentimento de pertencer a determinado lugar e a certa época, e ajuda a aumentar a percepção de um passado que foi realmente vivido e não está morto nem enterrado.

Alguém que almeje escrever um texto de memórias tem uma árdua tarefa pela frente: identificar pessoa(s) que possa(m) realmente contribuir para a elaboração do texto, com suas lembranças; realizar uma entrevista com essa(s) pessoa(s); selecionar e organizar as informações relevantes coletadas e, finalmente, escrever o texto.

Não podemos contudo esquecer que a entrevista é um gênero da modalidade oral da língua, e, se foi gravada,certamente apresentará várias marcas da oralidade. O escritor de memórias deve estar ciente disso, e seu trabalho será transformar aquele texto oral em texto escrito. Além disso, precisa atentar para algumas características específicas desse gênero, que devem ser atendidas. O escritor, por exemplo, deve assumir a voz da pessoa entrevistada, ou seja, o texto deve ser em primeira pessoa. Não se trata de um simples reconto do que ouviu na entrevista, e sim de uma reinterpretação, que deve resultar em um texto de natureza literária, narrativo em sua maior parte.

Ademais, em nenhum momento se pode perder de vista que há um leitor curioso para conhecer o passado, de modo que o texto deve ser escrito com criatividade, de tal maneira que esse leitor se sinta envolvido por ele.
Alguns elementos normalmente presentes nos textos de memórias são as comparações entre passado e presente,a presença de palavras e expressões que transportam o leitor para uma certa época do passado “antigamente”, “naquele tempo”, etc.),referência a objetos, lugares e modos de vida do passado, descrições (se couberem) de lugares ou pessoas e explicação do sentido de certas expressões antigas ou de palavras em desuso.

Enfim, cabe ao escritor das memórias posicionar-se como um pesquisador que busca recuperar a memória coletiva de sua cidade, e, por meio do seu texto, possibilitar que os leitores “tragam para o coração” um passado que,
mesmo não tendo sido vivido por eles, foi decisivo para que sejam o que são atualmente.

* Professora do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco.

Tarefa 1:
A partir do discurso da professora Ana Lima, redija uma carta eletrônica (e-mail) à professora Dorislene, docente de uma escola localizada à beira do Rio Solimões, conceituando o que configura um texto pertencente à modalidade textual Memória. Procure ensiná-la como planejar uma aula inaugural sobre o assunto; indique-a, pelo menos, um modelo de texto do gênero Memória, para que a mesma possa trabalhar dentro de sala de aula.

24 comentários:

  1. Por favor, Caros Colegas, postem suas atividades neste espaço.
    Abraços e bom trabalho!!!

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  2. Olá Dorislene, como vai?
    Achei muito pertinente a sua pergunta de como trabalhar este gênero, pois quase não é trabalhado na escola, não o vemos muito em livros didáticos, não é mesmo? Esta é uma excelente oportunidade que a Olimpíada de Língua Portuguesa nos traz!
    Para começar, vamos definir Memória: é um gênero textual com teor reflexivo, em que se recuperam experiências e lembranças de vida individual ou coletiva.
    Ao dar início em uma aula sobre Memória, devemos instigar os alunos a recordarem de fatos importantes vividos por eles e pelos seus parentes. Como a escola que você leciona se localiza as margens do Rio Solimões, você pode sugerir uma entrevista com um índio, o povo indígena tem muito a nos ensinar sobre memória, já que a escrita é uma conquista recente para eles. Tenho certeza que gerará um belo texto de memória! E pedir para que um deles conte uma história assim. Minha amiga, você só terá uma dificuldade: todos querem contar! É uma loucura! (risos) A partir daí, peça para que eles coloquem no papel o que contaram. Pronto! Eles já terão escrito seu primeiro texto de Memória!
    Não sei se você se lembra, mas há anos teve um seriado na TV Cultura que se chamava “Anos Incríveis” onde o personagem contava sua história de vida inteirinha através dos capítulos! Era como se “entrássemos” dentro da memória dele!
    E o filme “Memórias de uma gueixa”, já assistiu? Também é bárbaro e é do mesmo estilo.
    E quanto à parte escrita, temos: Memórias de um Sargento de Milícias (Manoel Antônio de Almeida), Memórias Póstumas de Brás Cubas(Machado de Assis), Tantos Anos (Rachel de Queiroz) entre outros.
    Você poderia escolher uma obra e ler um capítulo com os alunos, o que acha?
    Bem, boa sorte e aguardo seu próximo e-mail para saber como foi a aula.
    Um grande abraço,
    Ana Lima.

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  3. Alessandra Bassi Figueiredo18 de abril de 2010 às 15:28

    Boa tarde!
    Professora Dorislene,

    Seu questionamento chegou em ótimo momento pois estive conversando sobre este gênero literário ontem em um encontro que tive com outros professores, sendo assim minha “memória” está fresquinha sobre este assunto..rsrs
    Pensando que sua aula é inaugural, acredito muito na força dos recursos didáticos, antes de iniciar qualquer orientação ou questionamento á seus alunos, coloque uma cantiga infantil que tenha certeza que marcou a infância de boa parte da turma(pesquisar , levando em consideração a faixa etária), possibilitando assim um clima de lembranças.
    Resgate ainda mais a memória da turma questionando, se eles têm idéia de como foi ou conhecem alguma história da infância de seus pais ou avós.
    Segundo Rubem Alves ” a tarefa do professor é a mesma da cozinheira antes de dar a faca e queijo ao aluno, provocar a fome..”
    Em seguida leia uma Memória para que eles comecem a situar o que está querendo.
    Exemplo do conservador Antero de Quental “O fato mais importante da minha vida, durante aqueles anos, e provavelmente o mais decisivo dela, foi a espécie de revolução intelectual e moral que em mim se deu, ao sair, pobre criança arrancada do viver quase patriarcal de uma província remota,e imersa no seu plácido sono histórico,para o meio da irrespeitosa agitação intelectual de um centro, onde mais ou menos vinham repercutir-se as encontradas correntes do espírito moderno.Varrida nem instante toda a minha educação católica e tradicional, caí nem estado de dúvida e incerteza, tanto mais pungentes, quanto, espírito naturalmente religioso,tinha nascido para crer placidamente e obedecer sem esforço a uma regra reconhecida.Achei-me sem direção, estado terrível de espírito, partilhado mais ou menos por quase todos os da minha geração, a primeira em Portugal que saiu decididamente e conscientemente da velha estrada da tradição.”
    Após está leitura , tente relatar prô , a sua infância para eles(exemplos, alguns fatos que achar importante) , sendo assim a discussão iniciará, pois a vontade de relatar experiências saltará deles, neste momento você mediará e principalmente aproveite e faça alguns registros que acreditar ter importância, para utilizar na elaboração de sua próxima aula.


    Sem Mais
    Tenha um ótimo final de domingo
    Professora Alessandra
    18/04/2010

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  4. Boa tarde, Professora Dorislene!
    Tudo bem?

    Dorilesne, este é nosso primeiro contato, gostaria de me apresentar, sou o professor Marcelo e estou à disposição para que troquemos experiências didáticas e alcancemos o objetivo proposto: vencer a Olimpíada de Língua Portuguesa. É claro que é uma tarefa que exigirá de nós muita dedicação, leitura e estudos.
    O gênero textual “memórias” é fascinante, mas ao mesmo tempo se torna dificultoso, uma vez que temos que aliar o passado ao presente. E esta nova geração de alunos não se dispõe a ouvir, escutar os que os mais velhos têm a dizer, porém, com paciência, certamente, superaremos este obstáculo.
    Este gênero é especificamente contar e contar o quê? Como a proposta da Olimpíada de Língua Portuguesa é o “lugar onde vivo” é necessário fazer um resgate das histórias do lugar onde atuamos, onde fazemos parte da história.
    O texto memória deve trazer à tona o passado, compará-lo com o presente de modo que o leitor ao lê-lo consiga fazer uma viagem, visualizar os lugares descritos como se estivesse presente ali, alegrando-se, emocionando-se, e muitas vezes entristecendo-se.
    Como ponto de partida, sugiro que faça uma oficina, como sensibilização, pedindo aos alunos que tragam uma foto que representa um momento especial para eles e a partir delas descrevam como foi evento. Você poderá montar um mural para cativá-los e incentivá-los.
    Depois, Dorislene, você poderá ler este texto de Ecléa Bosi (aqui está apenas um trecho) e convidar seus alunos a perceberem o que é narrar uma memória. Após a leitura, que deverá ser feita por você, comece a questioná-los sobre a pessoa rememorada, o lugar...

    Aventura nos confins do mar

    “Vou levar o Tico passar uns dias na praia.”
    A avó olhou espantada para o marido. A aposentadoria mal dava para os remédios, e as entregas que ele fazia no pequeno caminhão que tinham minguavam a cada mês.
    Depois olhou as pernas, o rosto magrinho do menino, e ficou quieta. Há muitos anos que o Tonho convidava. Enfim, iriam rever gente amiga.
    No dia seguinte partiram sacolejando, o Tico sentado entre os avós. No caminho, porém, viajantes sempre topam com gastos extraordinários. Vejam ali, na curva da estrada, o homem oferecendo bolas enormes, de cores vivas.
    O caminhãzinho parou. A avó abriu a sacola. Embora fosse o avô que pagasse as despesas, em ocasiões especiais era a avó que abria sua carteira surrada.
    O menino olhou para as mãos dela: as mãos faziam seu prato e puxavam sua coberta à noite. Eram as únicas mãos que ele conhecia tão bem, desde que ensinaram Tico a andar, e estavam ligadas em seu espírito a momentos de magia e de bênção.
    Ele escolheu a bola roxa, diferente de todas pela cor.
    A bola era quase do seu tamanho, e ele não pôde levá-la no colo como queria; ela viajou coberta por uma lona.
    Seu Tonho vivia da pesca e de alguma roça num recorte desconhecido do litoral paulista.
    O mar ali era de um azul-cobalto, e os pescadores, com seus filhos, arrastavam as canoas para a sombra das mangueiras na enseada.
    Com timidez, Tico se aproximou das crianças; era um garoto mofino da cidade, que nunca vira o mar, que não sabia trepar na pitangueira nem pescar siri. Mas apareceu para os meninos da praia como um pequeno rei, com seu globo violeta.
    Vieram as brincadeiras, as pitangas, os siris e os remos silenciosos na pesca da lua cheia.[...]

    Este é o pontapé inicial, Dorislene. Depois falaremos com mais profundidade sobre o assunto, e seguramente, lembraremos também de momentos inesquecíveis vivenciados por nós, afinal como diz o senso comum, recordar é viver, é trazer ao coração um momento marcante.
    Até nosso próximo contato, e desejo que sua aula inaugural seja um sucesso.

    Até mais,
    Marcelo

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  5. Olá, Dorislene. Tudo bem?
    Vou tentar esclarecer, como trabalhar este tipo de gênero, pois não é comum em livros didáticos.
    Etimologicamente, “recordar” vem de re + cordis ( coração ), significando, literalmente,” trazer de novo ao coração algo que, devido a ação do tempo, tenha ficado esquecido em algum lugar da memória”. Podemos dizer que em linhas gerais, é exatamente essa a função de um texto do gênero “memória”.
    Memória = resgate do ontem, hoje e sempre. Conservação da lembrança individual ou coletiva.
    Ao iniciar a sua aula, sobre esse tipo de gênero, peça aos alunos que contem algo de sua vida que marcou-lhe muito e mostre a ele que isso é caracterizado como “memória”. Com isso você estará resgatando algo do passado, que foi muito importante na vida.
    Como você leciona em uma escola próxima as margens do Rio Solimões, poderá estar convidando, um morador mais antigo, para estar falando sobre o mesmo.
    Você poderá juntamente com os alunos elaborar perguntar para esta entrevista.
    Quando realizarem esse trabalho, peça que cada um conte o que resgatou da entrevista, então a partir daí, oriente-os a colocar no papel tudo o que foi falado; mostrando a eles que dessa forma escreveram um texto caracterizado como memória.
    Você poderá estar escolhendo, uma obra para ler um capitulo a eles. Para isso envio-lhe algumas: Velhos Amigos, O Tempo Vivo da Memória, Memória e Sociedade da autora Ecléa Bosi, Transplante de Menina de Tatiana Bolinky e Memória da Filha de Luciana Sandroni, entre outros.
    “ A narração da própria vida, é o testemunho mais eloqüente dos modos que as pessoas tem de lembrar. “ ( Eclea Bosi )
    Espero ter ajudado.
    Excelente aula.
    Abraços
    Ana

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  6. Olá Dorislene
    Já faz tempo desde a última conversa nossa.
    Fiquei sabendo que você está precisando de um auxilio para realizar um trabalho sobre memórias com seus alunos. Vamos ver no que posso ajudá-la.
    Em primeiro lugar terei que definir Memórias.
    Para Aristóteles, memória é uma fruição da imagem. Fruição que,segundo ele,é ampliada pela reflexão e leva ao acontecimento do passado como tal, que é a recordação.
    As memórias possuem características tais como o verbo das lembranças estarem na primeira pessoa (eu me lembro, recordo bem,...).
    Por outro lado, as memórias, enquanto gênero literário aproxima-se do romance. As memórias trabalham com lembranças de um sujeito que é exclusivo.
    Pedro Nava,médico de profissão,quem afirma, em Círio Perfeito,o que seria uma poética das memórias:”Escrever memória é libertar-se, é fugir.Temos dois temores: a lembrança do passado e o medo do futuro.Pelo menos um,a lembrança do passado é anulada pela catarse de passá-la para o papel.
    O primeiro livro que retrata perfeitamente as memórias é a Bíblia Sagrada.
    A memória não existe isoladamente, é necessário que existam personagens envolvidos (você sozinho não faz memórias).
    Uma boa ideia para iniciar uma aula sobre memórias seria motivando eles com uma dinâmica de grupo, onde todos poderão perceber o que foi dito anteriormente.
    A dinâmica aconteceria da seguinte forma:
    Todos em circulo de mãos dadas cruzadas deverão tentar descruzar as mãos, mas sem ficarem de costas no circulo.
    O objetivo principal é eles perceberem que a solução desse desafio é o trabalho em grupo ,individualmente não conseguirão descruzar as mãos.
    Traga também para a sala uma bíblia e leia alguns trechos para eles sentirem o que é memória.
    Alguns autores conseguem transmitir em suas memórias cheiros, sabores, sentimentos para os leitores.
    Geralmente a memória é escrita como uma narrativa, mas existem aqueles que conseguem transformar uma poesia numa grande memória.
    Vou enviar também um trecho da obra “Um homem sem profissão” de Osvald de Andrade para servir como exemplo na sua aula inaugural .Espero que goste.

    Trecho da obra

    Anunciou-se que São Paulo ia ter bondes elétricos. Os tímidos veículos puxados a burros, que cortavam a morna cidade provinciana, iam desaparecer para sempre. Não mais veríamos, na descida da ladeira de Santo Antônio, frente à nossa casa o bonde descer sozinho equilibrado pelo breque do condutor. E o par de burros seguindo depois.

    Uma febre de curiosidade tomou as famílias, as casas, os grupos. Como seriam os novos bondes que andavam magicamente, sem impulso exterior? Eu tinha notícia pelo pretinho Lázaro, filho da cozinheira de minha tia, vinda do Rio, que era muito perigoso esse negócio de eletricidade. Quem pusesse os pés nos trilhos ficava ali grudado e seria esmagado facilmente pelo bonde. Precisava pular. (...)

    Anunciava-se que a primeira linha construída era a da Barra Funda. É pra casa do prefeito! - O bonde deixava o Largo de São Bento, entrava na Rua Libero Badaró, subia a Rua São João, entrava na Rua do Seminário.

    Um murmúrio tomou conta dos ajuntamentos. Lá vinha o bicho! O veículo amarelo e grande ocupou os trilhos do centro da via pública. Um homem de farda azul e boné o conduzia, tendo ao lado um fiscal. Uma alavanca de ferro prendia-o ao fio esticado, no alto. Uma campainha forte tilintava abrindo as alas convergentes do povo. Desceu devagar. (...)
    Tiravam a trave quebrada, o veículo encheu-se de novo, continuou mais devagar ainda, precavido.

    E ficou pelo ar, ante o povo boquiaberto que rumava para as casas, a atmosfera dos grandes acontecimentos. Nas ruas, os acendedores de lampião passavam com suas varas ao ombro acendendo os acetilenos da iluminação pública.
    Espero que tenha ajudado de alguma forma.

    Até mais

    Elaine

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  7. Olá Dorislene, como vai?

    Espero que eu possa te ajudar, vou fazer o possível.

    Memória é a capacidade de registrar e armazenar informações... É o resgate de experiências e lembranças, enfim, é uma função cerebral relacionada às experiências vividas.

    Em nossa mente fica tudo armazenado, assim, no futuro podemos tirar proveito das nossas experiências.

    Querida Dorislene, eu resumiria tudo isso em apenas duas palavras “Resgate de lembranças”.

    Para você começar a trabalhar com memória na sua sala de aula, nada melhor do que iniciar com uma roda de conversa, onde você poderá estar abrindo espaço para que seus alunos recordem fatos importantes vividos por eles e pelos seus parentes. Para deixar eles mais á vontade, você pode começar contanto sua historia, tenho certeza que todos vão querer participar.

    Você também pode chamar um vovô ou uma vovó para estar contando histórias de seu passado, ou então, uma pessoa para contar um fato importante do passado da cidade que você leciona. Agora é só passar para o papel.

    Seria muito interessante, você estar lendo uma obra para eles. “As memórias poéticas de Walter benjamin”, tenho certeza que você irá gostar.

    Até mais.

    Helen

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  8. Oi Dorislene, tudo bem?
    Sinto-me muito feliz por você depositar total confiança em mim, ao me questionar sobre esses gênero (memória),pois não é um tema trabalhado nas escola e nem encontramos nos livros didáticos.
    A definição de memória é a conservação de lembranças, em que se resgatam experiências e lembranças de vida individual ou coletiva, pois sua origem grega (nmenis) vem do latim.
    Surgindo da arte de contar, temos um exemplo muito comum hoje em dia, que é a Bíblia que conta a história ou a trajetória de um ser especial.
    A memória é algo essencial, ela tem várias formas poéticas do conto.
    Muitas vezes a memória surge de um conflito.
    Há países que conservam até hoje passando de pai para filho hábitos e culturas antigas, cito a Índia e o Japão.
    Inicie sua aula com uma roda de conversa, perguntando para os alunos se eles sabem o que é memória (gênero textual)?
    Em seguida peça para que eles relatem com seus familiares brincadeiras, músicas e histórias antigas de suas infâncias, com isto, eles estarão redigindo uma memória.
    Você poderá estar resgatando algumas brincadeiras para deixar a aula mais descontraída.
    Poderá estar utilizando algumas obras de Cora Coralina, Memórias de um Sargento de Milícias (Manoel Antonio de Almeida),Tantos Anos (Rachel de Queiroz), Memória e Sociedade ( Eclea Bosi) e mesmo a minissérie da rede Globo Hoje é dia de Maria, que traz a imagem de uma região, a fala da época, o conto de fada, etc...
    Você poderá escolher uma obra e ler um capitulo para eles. Tenho certeza que sua aula será muito animada.
    Boa aula, qualquer dúvida estou a sua disposição.
    Abraços

    Ana Lima

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  9. Prezada Dorislene,
    É um prazer poder ajudar quanto este tema, para isso, vou iniciar com o questionamento: o que são memórias?
    Ora, há de se enumerar muitas concepções para esta pergunta, eu de antemão diria: “é uma lembrança do passado.”
    Porém, muitas podem ser as definições, e a memória é tida, em sua maioria, como uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a aprendizagem.
    E, se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória; em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos.
    Mas, apesar dessas e muitas outras me atrevo a dizer que “um homem sem registro não tem história”, e entende-se por registro aqui a memória que cada um traz consigo de tudo aquilo que vivenciou ou não.
    Sendo assim, trabalhar esse gênero textual com os alunos irá despertar neles fatos, histórias interessantes e de seu agrado.
    Para isso, inicie com temas que remetem a infância, por exemplo. Isso sempre traz boas recordações familiares principalmente.
    Faça uma breve socialização entre os alunos e explore a variedade de detalhes que surgirão. Depois você poderá ler algo que aborde também esse tema. Pense nisso e boa sorte.
    Um abraço,
    Lilisane.

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  10. Phernanda:
    Essa do índio foi demais! rsrsrs É isso mesmo, boa dica para a Dorislene.

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  11. Alessandra:
    Excelente esta dica da canção! É uma forma muito original de fazer as crianças/adolescentes se lembrarem do passado.

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  12. Marcelo:
    A ideia da foto é ótima, assim como o texto que você postou. Parabéns, prô!

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  13. Márcia:
    Cuidado com o gerundismo! E, avise a Dorislene que é Tatiana Belinky! rsrs

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  14. Elaine, lembrei da aula de sábado com o seu texto! rsrs Uma dica: revise a acentuação, ok?
    A definição de Aristóteles foi muito bem colocada.

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  15. Helen:
    Cuidado com o gerundismo! Revise a acentuação.
    Tenho certeza que a Dorislene aceitará suas dicas de como trabalhar memórias.

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  16. Prof. Cristina:
    Cuidado com o gerundismo, revise a acentuação.
    A Dorislene utilizará suas dicas, pode acreditar!

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  17. De Vânia para Dorislene
    Como você leciona em uma escola localizada a beira do RIO Solimões, começaria a minha aula pesquisando o que os alunos conhecem sobre esse assunto. Logo após, iríamos até a beira do Rio, pediria para que escre-
    vessem algumas coisas que viessem nas suas memórias do passado, isto é algumas lembranças. Ao voltarmos, caso você e seus alunos tenham acesso, iria a internet , pesquisaria sobre o assunto debatido em aula: qual o significado do nome Rio Solimões?. Qual a origem do nome? 0s peixes existentes?A importância para as pes-
    soas mais velhas?,entre outras. Logo após, voltara a sala, conversaria com os mesmos sobre os dados coleta- e escreveríamos juntos um pequeno texto.Essa seria a minha primeira aula inaugural,pois temos que partir sempre do ponto do que conhecem,senão qual o sentido de ensinar o desconhecido?. É muito importante nesse momento, utilizar estratégias criativas e inovadoras, pois é muito difícil as pessoas adultas lidarem com
    o desconhecido, imagine...os nossos alunos aprendendo coisas sem significados para eles,remaremos mesmo cotá-los, mostrando-lhes muitas coisas práticas através das observações e compreensão, assim terão clareza de que são capazes de fazê-lo.
    Acrescento que para fazer esse trabalho... terá muito trabalho... com os alunos , mas também...na sua for-
    ma de cativá-los: sem obrigação... mas... com leveza, criatividade, estudo, pesquisa, leitura. Com diferentes: obras de Arte , escritores de Memória, textos de Memória, entre outros. Mas só por me pedir esclarecimen-
    tos de como ensinar Memória para seus alunos, percebo como você está preocupada em errar o quanto me- nos a como ensinar os seus alunos.É uma atitude digna e respeitável, mas ao fazê-lo, orientando-a sou eu que tenho que lhe agradecer,pois está me ajudando a rememorizar a minhas memórias com relação a como
    ensinar Memória.
    Gostaria também de lhe orientar também em poucas palavras o que significa Memória: ”trazer de novo ao coração algo a que,devido a ação do tempo,tenha ficado esquecido em algum lugar da Memória”. Dou-lhe como exemplo:
    As lembranças da nossa infância, subir em uma arvore, uma musica, entre outras, o passado reavivado no presente através das palavras, que estão guardados na memória e só, acende-las que vão aparecendo nas páginas em branco e só deixar fluir,sem ter medo,e assim que nasce nos escritores de memória.
    Termino esta, escrevendo um pequeno trecho, do grande escritor Machado de Assis, para exemplificar e para melhor esclarecer o que vem a ser Memória.

    O MESTRE DE PRIMEIRAS LETRAS
    Que queiras tu, afinal, meu velho mestre de primeiras letras?Lição de cor e compostura na aula; nada menos do que quer a vida, que e das ultimas letras; com a diferença que tu, se metais, medo, nunca me meteste zanga.
    Vejo-te ainda agora entrar na sala, com as tuas chinelas de couro branco, capote, lenço na Mão, calça a mostra, barba raspada, vejo-te sentar, bufar, grunhir, absorver uma pitada inicial, e chamar-nos depois a lição. E fizeste isso durante vinte e três anos, calado, obscuro, pontual, metido numa casinha da Rua das Trevas, e ninguém te chorou, salvo um preto velho, nem eu que te devo os rudimentos da escrita.
    Sem mais momento, desejo-lhe carinhosamente, paciência...paciência...paciência...,pois ensinar é tra-
    balho,pois precisamos ter muita leitura,estudo,disciplina e conhecimento antes de nos atrevermos a ensi-
    nar qualquer coisa para nossos alunos.Só assim faremos a diferença...

    Cerquilho, 21 de abril de 2010.
    Observação: Hoje comemoramos o. Dia de Tiradentes... Que boa Memória a minha, não!

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  18. Isso mesmo Vânia! Bem detalhado o seu texto de como ensinar Memórias! E a propósito, sua memória está boa mesmo, hein? rsrsrs

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  19. Bom dia Dorislaine!Vamos começar falando que me- mórias é um genero textual e, refere-se ao pas -sado reconstituido por meio de histórias.Podemos planejar a primeira aula indicando uma leitura por exemplo.Memórias de um Sargento de Milicias onde o autor foge completamente ao idealismo romantico de sua época.A conclusão possivel é a de que se constroí em torno de uma figura no ca-so de um malandro que têm influencias populares-cas com Pedro Malasartes mas,é urbano e se rela -ciona socialmente com a "ordem" e desordem".Classificando essa obra com um "ro-mance malandro"de cunho satírico e com elementos de fábulas.Espero ter ajudado .Até a proxima.

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  21. Aldenise Maria Furian18 de maio de 2010 às 17:31

    Olá, cara amiga Dorislene!

    Vou tentar responder suas dúvidas sobre memórias.
    Em primeiro lugar você deveria fazer uma roda de conversa e ir resgatando na memória dos seus alunos qual a brincadeira infantil que eles mais gostavam de brincar, fazendo os alunos voltarem ao tempo através de suas lembranças e deixem eles expressarem qual a emoção que sentiam, se é triste, alegre, euforia, etc.
    Dorislene, mostre a seus alunos que memória é um resgate de lembranças passadas, que é uma evocação do passado, uma capacidade humana para reter e guardar o tempo que se foi, salvando-o da perda total. A lembrança conserva aquilo que se foi e não retornará jamais. Diga também que um indivíduo sozinho não constrói uma memória.
    Dorislene vou citar um exemplo para você que foi importante na história.
    É um ícone da MPB, Erasmo Carlos é também um artista deliciosamente humano, contando em seu livro as suas memórias e também a juventude marcada pelo fenômeno da Jovem Guarda, uma fama explosiva, a lendária amizade com Roberto Carlos, e muito mais.
    O que emerge dessas memórias é um retrato de um artista sensível que transformou, e continua transformando os anseios e inseguranças do brasileiro comum em canções inesquecíveis.
    Dorislene espero ter suprido as suas expectativas e ajudado-a em suas dúvidas.

    Até mais...
    Aldenise

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  22. Olá professora Dorislene

    Aqui quem lhe escreve é Josely, sabe professora trabalhar com memórias não parece tão fácil assim porque envolve sentimentos dos quais nem todos gostam de recordar principalmente relacionados com à família. Mas vou tentar ajudá-la no que for possível.
    Primeiro você deve esclarecer para os seus alunos o significado da palavra memórias a relação que essa palavra tem com a vida particular de cada um. Depois em circulo procurar fazer com que cada uma lembre de alguma coisa contada seus avós, tios e até mesmos por seus pais. Tudo oralmente para que possam ficar mais a vontade. Já num segundo momento pessa para que escrevam o que contaram em uma narrativa de protagonista ou seja como se fossem eles a viver aquela história. Você vai como essa etapa vai dar certo e eles vão se sair muito bem.
    Bom trabalho e até breve.
    Um abraço
    Josely

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